Modelo do Documento Descritivo ou Plano Operativo
O Documento Descritivo ou Plano Operativo é o documento oficial na qual os responsáveis de uma organização ou entidade estabelece uma série de objetivos a cumprir. É a estratégia que indica o que se quer e quais são os passos a serem seguidos para alcançar uma meta pré-estabelecida.
O Documento Descritivo ou Plano Operativo é o instrumento que integra todos os ajustes formalizados entre o ente público e a instituição privada, devendo conter elementos que demonstrem a utilização da capacidade instalada necessária ao cumprimento do objeto do contrato, a definição de oferta, o fluxo de serviços e a pactuação de metas. Sendo assim, o Documento Descritivo ou Plano Operativo é parte integrante do instrumento contratual celebrado entre a gestão do Sistema de Saúde e Entidade privada com ou sem fins lucrativos. Compõe o Contrato/Convênio celebrado entre o Gestor, Municipal/Estadual e o prestador de serviço/unidade filantrópica, sendo o documento no qual são apresentadas ações, serviços, atividades, metas e indicadores quantitativos e qualitativos pactuados entre os gestores municipal/estadual.
Face a relevância do instrumento contratual celebrado entre o gestor e o prestador de serviço, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), compete ao Ministério da Saúde orientar os gestores e os prestadores de serviços na elaboração do Documento Descritivo ou Plano Operativo, com o intuito de qualificar a assistência ofertada aos usuários do SUS. Portanto, segue as instruções referentes os principais itens que devem compor o referido plano.
“Caracterização geral da instituição, sua missão na rede, sua estrutura tecnológica, capacidade instalada (hospitalar/ambulatorial), e de equipamentos de diagnóstico, os serviços de alta complexidade e/ou com habilitações específicas, além das atividades de ensino e pesquisa.” CONASS/2016.
Estrutura do Documento Descritivo ou Plano Operativo
- Considerações Gerais
- Perfil/Missão da Instituição
- Estrutura Física-Funcional e Tecnológica
- Estrutura Física;
- Capacidade Instalada;
- Equipamentos;
- Serviços Especializados e/ou com Habilitações Específicas;
- Recursos Humanos;
- Ações, Serviços e Metas a serem pactuadas/Objeto do convênio;
- A integralidade da assistência à Saúde;
- Gestão institucional;
- Desenvolvimento Profissional;
- Atividades Educacionais e Pesquisa;
- Programas e/ou Projetos desenvolvidos pela Instituição;
- Programação Orçamentária Mensal e Anual; e
- Desembolso mensal e anual.
Modelo para a Elaboração do Documento Descritivo ou Plano Operativo dos Hospitais Filantrópicos
Hospital:
Município:
Nº do Convênio:
Urgência e emergência
1). Definir a porta de entrada e detalhar por procedimento ou grupo que será realizado na urgência e emergência.
Garantir a assistência 24 horas tanto a nível ambulatorial como hospitalar.
| Procedimentos | Meta mês | Resumo financeiro |
|---|---|---|
| 0701101 observação até 24hs | ||
| 0701104 atenção médico especializada urgência/emergência | ||
| Grupo 13 – raio X | ||
| Grupo 11 – patologia clínica | ||
| Grupo 08 – pequenas cirurgias | ||
| Grupo 09 - ortopedia | ||
| E outros | ||
| Total |
- Percentual de alcance da meta de consultas de emergência;
- Percentual de pacientes que ficam na emergência mais de 24 horas aguardado um leito para internação.
OBS:
1) Descrever as referências pactuadas (município e circunvizinhos);
2) Se for uma emergência referência especificar (PA do município);
3) Se o Gestor repassa recursos para auxiliar no plantão pode se quiser contemplar neste processo de contratualização.
Ambulatorial
Detalhar por grupo ou procedimento dependerá do grupo, é necessário o conhecimento pelo Gestor o que ele está contratualizando e assegurar a assistência ambulatorial eletiva.
1) Consultas especializadas:
| Procedimentos | Meta mês | Recurso Financeiro |
|---|---|---|
| Totais |
Indicadores:
- Percentual de alcance das metas de consultas ambulatoriais;
- Percentual de primeiras consultas;
- Percentual de consultas agendadas pelo Gestor (central de marcação).
2) Exames de apoio e diagnóstico:
| Procedimentos | Meta mês | Recurso Financeiro |
|---|---|---|
| Totais |
Indicadores:
- Percentual de alcance dos exames realizados;
- Percentual de exames agendados pelo Gestor (central de marcação).
3) Terapias de Apoio a nível ambulatorial (Fonoaudiologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Nutrição, Psicologia) quando tiver:
| Terapias de Apoio | Meta mês | Recurso financeiro |
|---|---|---|
| Fonoaudiologia | ||
| Fisioterapia | ||
| Terapia Ocupacional | ||
| Nutrição | ||
| Psicologia | ||
| Total |
Indicador:
- Percentual de alcance das terapias realizadas;
Obs:
1). Descrever as referências pactuadas (município e circunvizinhos);
2). As execuções dos atendimentos deverão estar sob controle do Gestor correspondente, e principalmente os atendimentos ambulatoriais deverão fazer parte da agenda do respectivo Gestor (central de marcação de consultas e exames).
Hospitalar
1) Internações por especialidade de média complexidade;
| Internações por especialidade | Meta mês | Recurso Financeiro | Média Permanência | Nº de leitos |
|---|---|---|---|---|
| Clínica médica | ||||
| Clínica cirúrgica | ||||
| Pediatria | ||||
| Obstetrícia | ||||
| Psiquiatria | ||||
| Totais |
Indicadores:
- Percentual de alcance das internações realizadas por especialidade;
- Percentual de alcance das médias de internação por especialidade;
- Percentual de internações de urgência (caráter de internação);
- Percentual de cirurgias em caráter eletivo;
- Percentual de partos cesárea;
- Taxa de mortalidade; e
- Taxa de ocupação dos leitos.
2) Leitos de UTI
| Tipos de leitos de UTI | Quantidade de leitos credenciados |
|---|---|
| Adulto | |
| Pediátrico | |
| Neonatal |
Indicadores:
- Taxa de ocupação dos leitos (por paciente SUS);
- Média de permanência; e
- Taxa de mortalidade por tipo de UTI;
3) Cirurgias eletivas de média complexidade (das especificadas no item 1 acima quantas serão eletivas estudos apontam que minimamente seriam 30% do total de cirurgias realizadas)
Definir o número de cirurgias eletivas de média complexidade a serem realizadas por especialidade pactuando os mecanismos de referência e contra referência, protocolos de encaminhamento, outros.
| Procedimentos | Meta mês | Recurso Financeiro |
|---|---|---|
| Totais |
Indicador:
Percentual de alcance das cirurgias eletivas realizadas;
OBS: Descrever as referências pactuadas (município e circunvizinhos)
Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar
Detalhar por grupo (área) de alta complexidade que é credenciado e quando houver termo de compromisso anexa-lo ao Plano.
| Grupo de Procedimentos | Meta mês | Recurso Financeiro |
|---|---|---|
| Totais |
Cirurgias eletivas Ambulatorial e Hospitalar-extra teto campanha
| Grupo de Procedimentos | Meta mês | Recurso Financeiro |
|---|---|---|
| Ambulatorial | ||
| Hospitalar | ||
| Total |
Atenção Ambulatorial e Hospitalar-FAEC estratégico-extra teto
| Grupo de Procedimentos | Meta mês | Recurso Financeiro |
|---|---|---|
| TRS | ||
| Transplante | ||
| Outros | ||
| Total |
b) Comissões obrigatórias
1) Comissão de Revisão de Óbitos.
- Apresentação mensal de relatório da Comissão de Revisão de óbitos com análise dos óbitos ocorridos por faixa etária e medidas adotadas;
- Notificação dos óbitos maternos e neonatais identificando: nome da mãe, endereço, idade e Centro de Saúde que realizou o pré-natal;
- Encaminhar mensalmente relatório dos óbitos materno e infantil ao Gestor local.
2) Comissão de Revisão de Prontuários
- Apresentação trimestral de relatório, contendo itens relacionados à organização dos prontuários e a qualidade dos registros;
- Outros indicadores estabelecidos pela ANVISA.
3) Comissão de Infecção Hospitalar
Enviar relatório produzido pela comissão ao gestor local com sugestão de indicadores para determinados serviços, quando houver: ( eu estou na duvida do texto)
c) Participação nas Políticas Prioritárias do SUS
1) HumanizaSUS
Implementação da política de humanização:
- Priorizar áreas com maior desconforto e espera dos pacientes;
- Implementar canal de comunicação entre a instituição e usuários e trabalhadores, com sistemática de respostas e divulgação dos resultados;
- Implementar visita aberta no mínimo de 2h/dia e considerando horários especiais (integrais) para acompanhante de crianças, gestantes e “casos especiais”.
Indicador:
Percentual de implementação do projeto.
2) Política Nacional de Medicamentos ações a serem implementadas:
- Promoção do uso racional de medicamentos, destacando a adoção de medicamentos genéricos.
- Desenvolver o processo educativo dos consumidores de medicamentos.
- Garantia da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, mediante o desenvolvimento da capacidade administrativa de imposição do cumprimento das normas sanitárias, organizadas no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
3) Saúde do Trabalhador
Levantamento trimestral de absenteísmo, incidência e prevalência de doenças relacionadas ao trabalho em funcionários do Serviço.
4) Capitação de órgãos ações a serem implementadas:
- Capacitação total para a localização de potencial doador de órgãos, com possibilidade diagnóstica completa para morte encefálica atestada pelo SNT.
- Organização e pleno funcionamento de Comissão Intra-Hospitalar de Captação de Órgãos, com equipe nomeada e disponível para a função (nos moldes da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar);
- Apresentação e relatórios de atividades à respectiva Central de Transplante Estadual.
- Notificação à Central de Transplantes do Estado de todos os casos de ocorrências de morte encefálica (potenciais doadores de órgãos) na instituição, no momento de seu diagnóstico.
- Criação de uma rotina hospitalar que permita a entrevista aos familiares de todos os pacientes que evoluem para óbito durante a internação a fim de oferecer a possibilidade de doação de córneas.
- Eficácia na captação de órgãos e tecidos.
Indicadores:
- Captação efetiva de córneas, atingindo x % de doadores em relação ao número de óbitos. (10% = "padrão ouro").
- Taxa de mortalidade institucional (média mensal, por série histórica), para o cálculo da captação efetiva de doadores de córneas.
- Notificações de ocorrências de morte encefálica:
- Número de doadores captados.
Parâmetros:
- Estima-se que 10% dos óbitos ocorridos em UTI e 1% dos óbitos de uma determinada população sejam com diagnóstico de morte encefálica;
5) Alimentação e Nutrição ações a serem implementadas:
- Elaborar e atualizar protocolos clínico-nutricionais e cardápios para as patologias que necessitam de terapia nutricional mais frequentes no hospital, diferenciados para as fases do ciclo de vida (principalmente crianças, adultos e idosos); e por nível de atendimento (ambulatorial, emergência, cirúrgico, pediátrico, internações gerais e unidade intensivas);
- Avaliar e acompanhar o estado nutricional dos pacientes internados e orientar a dieta para alta hospitalar ou tratamento ambulatorial;
- Acompanhar a implantação e o monitoramento dos procedimentos relacionados à preparação de dietas enterais e alimentação infantil (lactário), de acordo com as normatizações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
- Capacitar os profissionais que trabalham na área de alimentação e nutrição e promover rotinas de apresentação de discussões sobre o tema e estudos de caso com equipes multidisciplinares;
- Estimular práticas alimentares e estilos de vida saudáveis.
6) HIV/DST/AIDS ações a serem implementadas:
- Realização de teste rápido para HIV em sangue periférico em 100% de parturientes que não apresentem teste HIV no pré-natal;
- Realizar teste rápido para Aids nos usuários que procuram o serviço de urgência.
- Realização de VDRL e TPHA confirmatório (reagentes para VDRL) em 100% das gestantes que ingressarem na maternidade para parto, nos termos da Portaria 2.104/GM, de 19/11/2002. Nos casos de aborto, desde que pactuado com o gestor.
- Disponibilizar administração do AZT xarope na maternidade para os RN filhos de mães soropositivas para HIV diagnosticadas no pré-natal ou na hora do parto, garantindo-se que a primeira dose seja administrada, ainda na sala de parto.
7) Desenvolvimento Profissional
Desenvolver uma política de Educação Permanente para os trabalhadores do hospital visando desenvolvimento profissional e o fortalecimento do trabalho multiprofissional, a diminuição da segmentação do trabalho e a implantação do cuidado integral.
Indicador:
Número de horas de treinamento por mês
d) Gestão Hospitalar
- Desenvolvimento em conjunto com o gestor de protocolos de referência e contra referência;
- Aplicação de ferramentas gerenciais que induzam:
- Gestão participativa
- Qualificação gerencial
- Sistema de avaliação de custos
- Sistema de informação
- Apresentar mensalmente relatório de desempenho das metas estabelecidas neste Plano e ações apontadas neste contrato/convênio;
- Implantação / implementação de adoção de linhas de cuidados multidisciplinar, minimamente, nas seguintes áreas: assistência em Pediatria, Neonatologia, Gineco/Obstetrícia, Geriatria, Ortopedia, Neurologia.
Data:
Assinaturas
Importante destacar que o Plano Operativo Anual (POA) deve ser elaborado em conformidade com a estrutura e capacidade operacional de cada estabelecimento de saúde contratualizado com a gestão local do SUS. Sendo assim, somente o que foi contratualizado fará parte do POA.